Balzaquiana mata o marido
A golpes de ferro de passar roupa
Passou o passado a limpo
Manchando de sangue
O lençol de cetim e o piso de carrara
Olhos vermelhos e choro contido
Meio que jazia sobre suas lembranças
Para consumir à força o fato consumado
Sentiu ter feito o próprio aborto
Ao matar quem a matava aos poucos
Nos cantos de sua boca
Morava um sorriso cínico
De quem havia feito a melhor escolha
E que doa em quem doer
Desde que não mais fosse ela
Levantou e banhou-se
Usou perfume bom
Trocou de roupa
Beijou-lhe a face
E foi embora
Linda como sempre.