Asas em meu corpo
Que quer sair do chão
Só pra não correr riscos
Sopra o vento e digo não
Sou bípede limitado às rotas
Escritas por minha rotina
Por medo não pude provar
Da liberdade que me desatina
O pensamento está inerte
A gravidade vai me tragar
Não darei a cara e penas ao sol
Meu medo é mais pesado que o ar
Devolvi as asas ao armário
Escolhi a segurança de meus sapatos
Do que me ver despedaçado
Em pequenos cacos da realidade dos fatos
Quero, mas não consigo voar.
Meu medo é, ó, muito, mas muito mais pesado que o ar.