Dona Dalete

Minha mãe completou 65 anos
Já pode andar de ônibus de graça,
Ter prioridade na fila do banco
E levar uma mordida menor do Leão

Muito pouco para quem provou aos 28
O gosto amargo da viuvez
E o desafio de criar 3 filhos sozinha
Ela e a gente na flor de nossos 8, 7 e 5 anos

Para Dona Dalete não havia planos
Em que não estivéssemos presentes
Não havia sonhos
Que não pudéssemos sonhar juntos

Lembro das dificuldades da grana curta
Das inúmeras horas na máquina de costura
Da sabedoria para nos ensinar o certo e errado
De sua fé inabalável nas coisas do alto

Um dia me deu uma bala de prata
Quer ser engenheiro? Não temos dinheiro
Estude e passe na UFMG
E assim foi feito

Diante do impossível
Usava seu “telefone vermelho”
Dava seus pulos, fazia sua parte
E batia um papo com Deus

Não existiu batalha que não vencesse
Fosse aqui ou em terras distantes
Muito obrigado por ter nos guiado!
Muito obrigado por ter nos criado!

PS. O que fazer com esse tantão de amor que ainda carrega no peito?
Continue distribuindo com Samantha, Clara, Lara, Théo, Gael, Luan, Caio e Luca.
Avó é um tipo de mãe ainda mais abençoado.

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Um comentário sobre “Dona Dalete

  1. É minino…
    Não me esqueço quando voce estudava na UFMG, daquela casa de uma porta e uma janela só… rs. Tempos difíceis.
    O amor dela é o mesmo amor que voce consegue colocar nas suas palavras quando escreve, sempre. e tambem nos atos da sua conduta.
    Parabens.
    E sua mãe, é realmente 10!

    Um beijo nela.

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